sábado, 18 de dezembro de 2010

FOGOS DE FIM DE ANO!!! Um pesadelo!

Fonte: Instituto Nina Rosa - Projetos por amor à vida Organização independente sem fins lucrativos (texto modificado)

OS ANIMAIS SE ASSUSTAM MUITO COM O BARULHO DE FOGOS E ROJÕES POIS SUA AUDIÇÃO É MUITO MAIS SENSÍVEL QUE A NOSSA.
CÃES TENDEM A FUGIR DO BARULHO E CORREM DESORIENTADOS E SEM DESTINO.

PODEM OCORRER

- FUGAS - correm sem destino certo e ficam perdidos; podem ser atropelados e/ou provocar acidentes.
- ACIDENTES - enforcam-se na própria coleira quando não conseguem rompê-la para fugir; atiram-se de janelas; batem a cabeça contra paredes ou grades.
- GRAVES FERIMENTOS - quando tentam saltar muros e portões.
- TRAUMAS - mudanças de comportamento – tornam-se agressivos ou passam a se assustar à toa.
-  CONVULSÕES: alguns cães têm ou passam a ter ataques epileptiformes.
* Nos animais da fauna silvestre pode ocorrer alteração do ciclo reprodutor e morte.

CUIDADOS COM CÃES
1- Coloque algodão nos ouvidos - para diminuir a sensibilidade auditiva.
2- Acomode os cães dentro de casa em lugar onde possam se sentir em segurança.
3- Feche portas e janelas para evitar fugas e acidentes. Pode cobrir as janelas com cobertores para abafar o som (sugerido por uma cliente).
4- Ligue o rádio e a TV e aumente o volume próximo ao momento dos fogos.
5- Dê alimentos leves - distúrbios digestivos provocados pelo pânico podem matar.
6- Não deixe o cão acorrentado pois pode se enforcar em função do pânico.
7- Não deixe muitos cães juntos porque podem brigar.

8- JAMAIS fique consolando seu cão apavorado, isso só piora a situação. Ignore-o e permaneça com uma postura altiva para que ele se sinta protegido. Sequer fale com ele ou dirija o olhar.
   (Se brigarem, não grite! Faça um barulho forte batendo tampas de panela para mudar o foco da atenção dos cães.)

Caso não possa colocar os cães dentro de casa, procure um veterinário para sedá-los, lembrando que o cão DEVE DORMIR na sedação, senão o trauma só aumentará, pois ele continuará a identificar o barulho sem possibilidade de se proteger/esconder. TAMBÉM LEMBRAMOS QUE ESTA NÃO É A MELHOR PRÁTICA.

*GATOS: mantenha-os dentro de casa e sem acesso à rua.

  
I M P O R T A N T E !
COLOQUE UMA PLAQUETA DE IDENTIFICAÇÃO NA COLEIRA DO SEU COMPANHEIRO CANINO, COM OS SEUS TELEFONES GRAVADOS NELA.

O ideal é que se procure um bom médico veterinário homeopata (www.homeopatiaveterinaria.blogspot.com)  para tratamento do medo de fogos e barulhos já desde o início do ano para que essa situação não se repita.
E inicie um treinamento de liderança com seu cão, para que ele se sinta mais protegido da próxima vez.

Boas Festas!!!! Nos reencontraremos em 2011!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Bagunça - o pacote do filhote

                                                             Uma questão de escolha simples

          E enquanto isso...
          Você se mantando para dar o melhor para seu novo hóspede e no decorrer dos dias ele passa a se sentir muito à vontade!!! Muito mesmo... a ponto de destruir tudo!!! Você sai, quando volta tem que fazer uma lista de reposições: sapatos, fios, controle remoto, celular, sapatos, meias, pés de móveis, puxadores das gavetas, plantas, (CUIDADOOO com as tóxicas!!!), sapatos...
          Seguindo a linha de raciocínio de trabalhar com a prevenção, não considerarei aqui questões relacionadas à faltas relacionados aos assuntos já tratados. Reforçarei alguns aspectos já ditos, mas não todos, ok?   Mesmo assim, se ainda restarem dúvidas, escrevam!!!

          O que o filhote sente? Até onde se sabe filhotes, no geral, possuem uma carga altíssima de energia (respeitando as peculiaridades individuais e de raça), vontade genética de explorar, mexer, interagir, eles têm imaginação e sentem o mundo de outra forma: usando mais o olfato e o tato com as patas e com a boca. Sim! Eles sentem o mundo com a boca! E o principal: as gengivas COÇAM!!!! E como coçam!!! Filhotes começam a trocar dentes por volta do 4º-5º mês, portanto essa é a fase mais crítica para esse assunto que estamos tratando!

          Foi possível entender o quadro??? Quando você sai e ao voltar encontra seu sapato roído, não é vingança, sacanagem nem fusquinha, mas sim um animal expressando um comportamento do jeito dele...
Então ok! Vamos dar BRONCA!!! Eu chego e dou uma palmada naquele safadinho, ou o coloco de castigo!  Ahhhh... ele sabe que está errado, porque quando chego ele já se esconde....
          Posso afirmar uma coisa: o caminho está errado. Essa maneira de ver, entender e lidar com a situação está distorcida e gerará desconforto para o guardião, para o cão, para a relação, além de trazer consigo mágoa, frustração... Olha quanta coisa negativa! Lido com isso diariamente... não há exceção.
         Então que tal fazer as coisas da forma mais leve, entender o processo, evitar problemas e crescer com esse serzinho que você escolheu para ser seu companheiro de matilha?

          Primeiro é fazer do parágrafo "O que o filhote sente" um mantra... interiorize isso... coloque-se no lugar do filhote como já fizemos... Depois de ter sentido como ele sente, você estará apto a lidar com as bagunças que ele promove no seu lar que era tão seu....

          Agora vamos dar vazão às características do cão!

         1) Alta energia: aí dependerá do cão, mas no geral, deixar o animal trancado o dia todo só resultará em uma coisa: loucura quando você chegar! E uma loucura que seguirá noite adentro... Então, atualmente existem diversos brinquedos que podem ser deixados para o filhotinho gastar o tempo. MAS... Não é pra passar no pet shop, comprar 1 milhão de pelúcias e dar para o filhote.... ele vai enjoar daquilo em 1 hora no máximo!!!     Quem tem filhos sabe o quanto a euforia por um brinquedo resiste dos 2 aos 5 anos...
        Então como fazer: cada brinquedo tem uma função e mais pra frente farei um post sobre enriquecimento ambiental dando mais detalhes. De modo geral, procure variar textura, tamanho, formato. Também adquira brinquedos que lhe permitam esconder petiscos ou ração dentro - bolas, ossos plásticos...     Eu costumo dizer para a pessoa comprar pelo menos um brinquedo de borracha maciça, outro de nylon (nylonbone), outro de corda e um de apito que pode ser aqueles plásticos ou pelúcia. Também pode comprar ou fazer uma salsicha de pano para que ele brinque de chacoalhar... eles adoram!!! Dessa forma você já terá um bom repertório.
          A outra coisa que oriento é sobre o rodízio de brinquedos, por questão de higiene, mas principalmente para forjar novidades sem ter que gastar muito dinheiro: faça 2 ou 3 grupos de brinquedos e sinta o interesse do seu cão. Troque os grupos semanalmente ou a cada 3 dias... Isso lhe dará tempo para lavá-los, secá-los e depois trocá-los.
         Caso seu cão DESTRUA um dos brinquedos, compre mais dele!!! Muitos mais!!! Se ele destruiu foi porque adorou o brinquedo!
         Toda vez que inserimos um objeto novo para um cão, devemos fazê-lo sob supervisão, pois existem cães que engolem objetos e por isso não devem ser expostos aos brinquedos que soltam grandes pedaços.
          Filhotes normalmente se interessam muito pelas coisas, mas mesmo assim eles percebem exatamente o que gera recompensa e o que não gera. Então se você o ignora quando ele está brincando e pensa "ufa! um minuto de sossego" isso servirá para ele como punição. Ser ignorado é algo muito ruim para o cão. Em contrapartida, quando ele pega uma meia sua, você corre atrás dele, grita e dá uma palmada (encosta nele).     Não importa em que contexto, mas isso é interpretado como atenção e você estará, dessa forma, ensinando o cão a não gostar dos brinquedos e sim de suas meias.
          Então, quando ele for brincar com os brinquedos dele, pense que aquilo é sua meia e corra atrás dele, arranque o brinquedo dele, jogue novamente... Não precisa ser muito, mas deve ser feito eventualmente.
          Também existem fatores ligados à alimentação, mas merece um post só para isso.
        Fazendo isso estamos também contemplando os fatores de exploração e necessidade de interação.     Seu cheiro deve estar nos brinquedos, pois o cheiro excita a imaginação dos cães, talvez por isso ele morda suas coisas enquanto você está fora!
       Ter um cão é positivo também para o fator organização. No início, se não quer ter suas coisas destruídas, não as deixe espalhadas... Cães mordem o pé da mesa por tédio, mas seu sapato eles mordem porque tem o seu cheiro e isso é grave! rs
         Mais pra frente, depois que o cão souber exatamente que os brinquedos são dele e que brincar traz muitas recompensas, podem ser feitas armadilhas pela casa: pegue objetos seus (velhos) e passe neles um produto amargo vendido em petshops. Particularmente oriento vocês a usarem Bitter Lime. É importado e muito mais caro, mas o barato pode sair mais caro ainda! Passem o amargo nos objetos e os deixe lá, espalhados. Normalmente o cão percebe o que é legal e o que não é.
         Uma coisa MUITO IMPORTANTE é não dar os objetos proibidos que o cão já destruiu para ele brincar. Isso deixaria o animal muito confuso, pois ele não saberia diferenciar o que é permitido e o que não é permitido.   Temos que ser coerentes, constantes e claros com os cães. Coisas minhas são proibidas, brinquedos seus são permitidos. Objetos destruídos devem ser jogados fora.

                                                    
                                                Osso de nylon roído - poderia ter sido o pé da mesa

          2) Dentes, coceira na gengiva: os brinquedos também ajudam muito nessa parte, mas um truque muito interessante é colocar ossinhos e até mesmo brinquedos no freezer e dar ao cão bem gelado! Não há filhote que não aprecie isso! Tive um caso de 3 filhotes de poodle que quando começaram a roer os ossinhos gelados, além de largarem todas as outras coisas proibidas, se plantavam em frente do freezer todos os dias para receberem os sorvetes de ossinhos. A guardiã usava os branquinhos mesmo, mas pode colocar outras coisas também.

          Deixando o ambiente enriquecido para o filhote e suprindo as necessidades naturais dele com aquela pitada de coerência, certamente a maioria dos casos se resolverá. Os que não se resolverem é melhor ter acompanhamento de um profissional para que ele diga com precisão onde está o problema.

          Dessa vez foi curtinho, a semana está super corrida! Posso escrever sobre enriquecimento ambiental na semana que vem!!!
          Bjos a todos!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Necessidades no local certo

           


          Olá pessoas! Falantes e caladas! Segue mais um assunto interessante! Talvez o pop star dos assuntos: Necessidades no local correto. Como fazer seu filhote entender que é no tapete higiênico e não o tapete da sala o banheiro dele?
           Como estou fazendo desde o início, estou começando do começo, ou seja: como fazer certo? Claro que nessas alturas do campeonato, muitas pessoas já estão no segundo tempo e querem saber como corrigir. Mesmo para essas pessoas eu sugiro a leitura deste post, sabe por que? Porque acredito na educação e no trabalho de formiguinha. Quanto mais pessoas aprenderem o que é certo, mais pessoas serão sensibilizadas, pois a informação não pode parar. Aprenda! Espalhe: todos ganham com isso! Claro que mais pra frente daremos dicas de como corrigir um problema, mas vamos por partes!

           Outro aviso: os assuntos estão interligados, portanto não olhe para eles de forma separada. Eu separo aqui por questões didáticas, mas o filhote do qual falaremos hoje, é o mesmo do post passado e será o mesmo dos posts seguintes. As atividades se intercalam e por isso eu repito e não me canso de repetir: ter um cão é uma responsabilidade ENORME!


Darei aqui uma informação muito importante que determinará sucesso ou fracasso do treinamento: JAMAIS DÊ BRONCA NO FILHOTE ANTES DE TER CERTEZA QUE ELE SABE O LOCAL CORRETO.
A lei aqui é facilitar. Cães não falam nossa língua, portanto temos que sinalizar de forma coerente para que ele entenda. (COERÊNCIA, guarde essa palavra).

Inicialmente temos que fazer com que o banheiro do cão fique muito atraente para ele, o que ajudará nos acertos: absorvente, amplo, limpo e o mais afastado possível dos alimentos e da cama. Segue um esquema prático para lavanderia. Outro detalhe que notamos ser muito importante é a posição do banheiro em relação à porta. Se colocarmos o tapete higiênico ou o jornal mais perto de onde ficamos ou onde o cão possa nos ver, grande chance do objeto virar cama ou brinquedo, além do que ele ficará pisoteando as necessidades. Então ficaria dessa forma:

Para filhotes, não basta colocar um banheiro no lugar onde ele dorme e pronto... Jamais um cãozinho irá parar uma brincadeira, atravessar a sala, a cozinha até chegar na lavanderia para se aliviar... Eles não têm controle adequado dos esfíncteres (músculos que regulam a abertura e fechamento das saídas de xixi e cocô) e quando percebem... é tarde demais... Fácil fazer uma correlação com bebês: colocamos fraldas neles certo? Aos poucos o filhote vai diminuindo por si os tapetes higiênicos espalhados e elegendo os que ele acha mais adequados.
Depois de adequar o ambiente, começaremos o treinamento em si. Viram como não é tão simples quanto esfregar o focinho do cãozinho no cocô?
É importante encontrar algo que o cão goste muito de comer, para filhotes devemos usar pedaços muito pequenos por duas razões: não desbalancear a dieta e não perder tempo de treinamento porque ele ficou de pança cheia. Pedaço pequeno é algo de 0,5 cm dependendo da raça do filhote, mas essa quantidade costuma ser suficiente para todas. Então, cada vez que o cãozinho fizer as necessidades na nossa frente, deverá ser recompensado por isso.
Como é complicado pra quase todo mundo ficar seguindo um cão pela casa o dia todo até que ele decida urinar ou defecar, darei alguns horários-chave para facilitar:

Depois que acorda: urina
Depois que brinca muito: urina (quando o cão está brincando com você e de repente se afasta, prepare-se!)
15 a 30 minutos depois que come: defeca, urina.


Respeitamos essa média e ficamos mais atentos. O ideal é que no processo de aprendizado (qualquer um), o cão seja recompensado sempre que acerta e punido sempre que erra e quando não for possível supervisionar, que ele não tenha chance de errar. Caso escape, um cocô no meio da sala “bem quando virei as costas um segundo pra trocar o canal da TV”. Ok, quem errou foi você, então retire o cão do local (isso é muito importante! Não limpe na frente dele), limpe e finja que nada aconteceu. Lembre-se que ainda não é o momento para broncas.
Para limpar as necessidades feitas em locais errados usamos removedores enzimáticos de odores e repelente para ambientes (à venda em Pet Shop), dessa forma retiramos o estímulo olfativo que atrai o cão novamente para aquele local.
Além dos banheiros espalhados, teremos um à mão que chamados itinerante. Será muito mais fácil fazer o cão acertar se não tivermos que nos deslocar muito para levá-lo ao banheiro e se ele não tiver que deixar a brincadeira para acertar. Regra básica: onde você e o filhote estão, lá estará um banheiro.
Se estiver assistindo TV na sala, fico com o cão no colo e sempre que ele parecer inquieto o levo ao banheiro, espero um tempo e volto o cão para o colo, até que consiga recompensar. E como recompensar? Diga suavemente: "Muito bem" e dê a recompensa que já deverá estar preparada ao seu lado. Outra regra: repetir é um dos segredos!
Um treinamento bem feito, sem erros, constante e coerente costuma levar de 3 a 5 dias entre o início e o entendimento completo por parte do cão. Ao fim desses dias ele deverá: errar mínimas vezes (observe seu cão para determinar a causa), fazer as necessidades e vir buscar recompensa, amar o banheiro dele! Caso não haja um resultado efetivo nesse tempo considere algumas hipóteses: você não fez tudo corretamente, o cão tem um problema orgânico que deverá ser avaliado, o petisco não está tão legal (e esse fator se desdobra em muitos outros).
Agora sim: A BRONCA. Muitos filhotes, com esse treinamento que descrevi, conseguem perceber o que gera a recompensa e o que não gera e simplesmente por se frustrarem ao não ganharem recompensa usando o local errado, já elegem o local certo. Mas temos sempre que contar com os resistentes. Normalmente poucas punições já sinalizam o que queremos: use seu banheiro que é mais vantajoso. Então podemos fazer isso com borrifador em jato (nunca use spray). Mas não é de qualquer jeito... O cão não deve perceber que foi você quem deu a bronca, portanto disfarce o spray, não olhe para o cão e dê o jato enquanto ele se prepara para urinar ou defecar (a abaixadinha ou as voltinhas). Por isso o jato deve ter longo alcance o que se consegue apenas com bons borrifadores. Não diga NÃO! Essa punição deve ser despersonalizada.
Nessa altura do campeonato você não estará mais segurando o cão no colo e colocando no tapete. Você o segurará apenas quando não puder olhá-lo (pode usar uma caixa de transporte para auxiliá-lo, deve treiná-lo a usar a caixa), mas ele deverá estar solto e livre para ir e vir o que exigirá de você muito mais atenção e dedicação. Quanto mais certeiro for o treinamento menos tempo ele levará. Quanto mais gritante a diferença entre a punição e a recompensa, mais fácil para o cão entender.
Outro alerta: JAMAIS PUNA O CÃO COM ATRASO, NEM O RECOMPENSE.  Punições e recompensas funcionam apenas quando feitos no ato.

Isso é o básico do treinamento de um filhote. Existem inúmeros outros treinamentos que se espalham por aí, mas nenhum deles é tão efetivo e universal quanto este... 
Outra coisa que quero dizer é: o que posso usar como banheiro. Sinceramente, é contra os princípios da Bicho Sem Preguiça o uso de tapetes higiênicos descartáveis. Sugerimos no máximo o uso de jornal, mas por não ser muito absorvente, o cão pode não gostar muito e eleger o tapete de sua sala apenas porque ele absorve mais. Então, mesmo sem ganhar comissão, preferimos indicar o uso dos tapetes laváveis. Tem um da TaPet, linha water clean, que é uma flanela costurada num plástico, muito fácil de lavar, é só tirar os cocozinhos e passar na água. Minimiza o lixo que se produz e evita vazamentos, além de ser muito atrativo para o cão. O quem pensamos de toda essa parafernalha que inventaram para servir de banheiro para o cão? Tudo balela. Na minha prática não vi estes equipamentos funcionarem melhor que os tapetinhos simples (para machos pode comprar os cones que são muito úteis, ou mesmo garrafas pet cheias de areia).
É isso aí! qualquer dúvida escrevam!
Abraços! Equipe Bicho!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ansiedade de separação

        

        Vamos começar dar dicas e ensinar alguns exercícios para problemas que mais ocorrem no relacionamento cão-humano. Como sempre, primeiro falarei como evitar, para depois entrar no como corrigir.
         Vocês virão também que as coisas não são tão simples assim, que as questões devem ser avaliadas para então serem corrigidas ou melhoradas. Por isso, algumas vezes é imprescindível o acompanhamento do caso por um profissional de comportamento.
         Então você adquiriu seu cão, filhote, com 45 a 60 dias (melhor com 60 dias por questões relacionadas ao desenvolvimento físico e social, 60 dias é a idade correta de desmame de filhotes a não ser que eles larguem por si só antes). Então como tirá-lo de seu meio onde ele está com a mãe (cheirinho confortante) e irmãos?
         A esmagadora maioria das pessoas faz o seguinte: vai até o canil, compra e leva pra casa. Muitas vezes no domingo à tarde. 
         Então vamos imaginar que somos filhotes de cachorros? Faremos agora um tour do canil à casa de nossos guardiões da maneira clássica mencionada:

        "UÁÁÁÁÁ!!!! Ai que soninho gostoso! Quentinho ficar aqui entre as pernas da mamãe! Ui! Fome! Vou mamar um pouquinho... Cheirinho bom da minha mãe! Leite quentinho!"
         Mais tarde.... "Bom, vou brincar com meus irmãos!" Mordidas daqui, de lá, rola pra lá e pra cá! "Estou cansado, vou tirar uma soneca." 
         Lá vem aquele humano limpar nossa casa... O cheiro dele é forte, sei que está chegando, sei até o horário já, todo dia é igual! E essa musiquinha de fundo? Gosto dela!"
         E assim se desenrolam os nossos dias.
         Até que um dia:
         Ai que filhote bonitinho!!! Quero aquele. 
         "Quem é essa pessoa??? Está me pegando no colo!!! ARGH! Atchim!!! Que cheiro forte! O que é??? Fruta? Flor??? Ai! Que coisa engraçada é essa brilhando?"
        Ai amor!!! Que lindo!!! Ele está dando beijinhos na minha orelha! Quero esse!
        "Uau! Que quarto estranho! Nossa! Como estou andando sem mexer as patas??? Que barulho!!! Quanta gente!!! Nossa! Au! Au! Porque parou? Atchim! Gostei desse negocinho brilhante!!! Quero morder!!!
        Que lugar grande! O chão é frio, cheiro de flores, de filhote. Deixa ver tudo isso."
         Nossa amor! Olha como ele é espertinho! Já foi explorar nossa casa... Vamos dormir que amanhã é dia de trabalho. Olha fofinho! Você já tem uma cama caríssima que comprei, recheada com plumas de ganso e todos esses brinquedos importados! Também li que tenho que deixar uma peça de roupa minha com você para que não se sinta sozinho e deixar uma música tocando. Aqui está sua água e sua ração de filhotes caríssima. Ali é seu banheiro, vê? Tem um tapete que absorve tudo, porque vi o moço falando na TV que você não gosta de molhar as patas.
        De tudo isso que a sua nova guardiã disse, você entendeu: Pó Pó Pó, Blá Blá Blá, Pó Pó Pó!
        "Nossa! O que ela tanto fala?" Você corre a cheirar tudo! Explora cada milímetro daquele lugar e quando se vira novamente: "Cadê aquela humana? Ué! Cadê meus irmãos? Estou com sono, mas cadê minha mãe? CAdê o cheiro e o quentinho do corpo dela? Cadê a musiquinha? Que som é esse? Está me incomodando! Doendo meus ouvidos! Au! Au! Sniff!"
        E você começa a chorar baixinho para que lhe devolvam seu lugar, seus irmãos, sua mãe, sua musiquinha, seus cheiros.
        De repente, um objeto bate no portãozinho da sua casinha, fazendo um ruído metálico muito alto, você leva um baita susto! "Ai! Que horror! O que é isso? Um monstro tentando me pegar???" E chora mais alto ainda, aos berros chamando alguém pra lhe salvar, chamando sua mãe, seus irmãos, o humano que limpava sua casa! "Cadê todo mundo?"
        Então a humana chega falando de uma forma nada amigável, com a face contraída e a voz forte e alta. "Eu não entendo o que ela diz... Que bom que veio até aqui... ufa! Então quando eu estiver em apuros é só gritar bastante que alguém vem ver o que há... entendi!" Então a sua nova guardiã, depois de ter lhe explicado o porque você tinha que ficar quieto, volta pra cama e você volta a chamar alguém! "Ai que solidão! Quero minha mãe!!!! Essa humana está sempre gritando e com feições não amigáveis!"
        E assim segue sua vida. A cada dia que passa, você acha mais e mais confusa a maneira com que aquela gente lhe trata e não desiste de chamar sua mãe ou alguém, pois quando você fica sozinho, coisas estranhas acontecem, você sente uma angústia e uma solidão! Também sente medo de ser devorado por algum monstro. Você não sabe bem o que fazer, mas sabe de uma coisa: detesta ficar sozinho!

        Isso é apenas um resumo do tipo de trauma ao qual submetemos um filhote quando simplesmente o retiramos do ambiente ao qual ele é habituado e colocamos em outro totalmente estranho. Você já tinha analisado por esse ângulo? Pois bem, percebeu que essa não é a melhor forma, não é? Principalmente se pensarmos que nessa idade, dos 45 aos 60 dias, o filhote ainda está na fase de sociabilização, ou seja, na fase em que ele aprenderá TUDO o que levará para a vida. Não à toa, esta fase se sobrepõe à de traumas permanentes, ou seja, TUDO o que acontecer nesse meio tempo e até os 90 dias (quando acaba a fase de sociabilização e de traumas permanentes), o cão arrastará por toda a vida. Então, traumatizá-lo com a solidão, só complicará sua vida, pois tudo o que poderá ser feito daí em diante é amenizar o fato e jamais "curar o cão" de seu medo de ficar só. Você sofrerá, assim como seus vizinhos e PRINCIPALMENTE o cão.

        Então o que fazer para evitar esse trauma? 
        O foco é dado exatamente à forma com que você retira o filhote do criador. E isso tudo também serve para as pessoas que retiram os cães para vendê-los em pet shops.

        1) O ideal é pegar o cão com 60 dias. Desde os 45 até os 60 dias visite o cão, brinque com ele, passeie com ele. Faça a ADAPTAÇÃO. Perceba alguns ítens da paisagem, se o dono do canil costuma colocar músicas para o cão, procure se inteirar de quais tipos de músicas costumam ser colocadas. Caso possa sair com o cãozinho, faça isso e volte com ele para o canil de carro mesmo para que ele confie em você.
Sei que nem sempre isso é possível, mas tente adaptar esse ideal à realidade.

        2) Quando chegar o dia de levá-lo realmente para casa, ainda assim pegue uma flanela ou qualquer outro pano, esfregue-a nos irmãos e na mãe e leve consigo para casa junto com o filhote. Você também pode, numa dessas visitas, deixar um paninho que deverá ser colocado no ninho deles por alguns dias e levá-lo pra casa no dia D.

        3) Busque o cão SEMPRE NO SÁBADO PELA MANHÃ. Caso seja um feriado, vá na manhã do primeiro dia de feriado. Dessa forma você terá tempo para adaptar o filhote em casa e na sua nova cama.

        4) Nos primeiros dias o cão deverá dormir no quarto ou mesmo na cama. O QUEEEE???? É isso mesmo e eu não estou ficando louca hehehe. Mas por que então? Eu explico:
                a) o cão já estava acostumado a dormir em grupo e dormir na sua cama será o mais próximo da rotina dele.
                b) ele VAI CHORAR, portanto a chance de você ceder por pena e ele ir parar na sua cama é imensa, por isso a gente sugere que se pule esse sofrimento inicial justamente para não acostumar o cão a chorar e latir para pedir as coisas.
                c) é mais fácil tirar o cão da sua cama sem traumas que fazê-lo esquecer traumas ou que gritar traz a mamãe pra perto.

        5) Enquanto ele dorme com você na cama à noite, você passará o dia todo ou boa parte dele (já que é final de semana ou feriado) com o filhote no local em que ele deverá ficar quando essa fase passar. Se a casinha dele será na lavanderia então fique lá com ele e não na sala de estar. Brinque com os brinquedos dele, brinque com ele neste local, pois o cão também tem memória e imaginação, portanto, ao ficar sozinho à noite neste local ele sentirá seu cheiro e lembrará das brincadeiras o que o confortará.

        OBS: o seu cheiro nessa altura, também será importante para o cão, pois ele já terá associado a coisas prazerosas.

        6) O paninho que você pegou, deverá ser colocado junto às coisas do cãozinho quando você não estiver com ele (mas estiver em casa), ou pode ser colocado na caminha no seu quarto caso você decida não colocá-lo na sua cama pra dormir nos primeiros dias. Esteja ciente que você não deverá colocar o cão na sua cama caso ele chore... Assuma essa responsabilidade!

        Em uns 3 dias, todo esse esforço terá surtido efeito. Desde o início do treinamento você poderá distanciar o cão de você fazendo-o permanecer cada vez mais tempo no local que será dele, preparando-o para dormir lá. No início não feche o cão no local.

        Quando ele efetivamente for colocado na lavanderia para dormir, ainda há grande chance dele chorar, mas você estará mais seguro de que ele não está sofrendo tanto e também o choro não será tão persistente. De qualquer forma, prepare-se para NÃO CEDER.

         Neste post eu falei especificamente sobre como EVITAR O TRAUMA DA SOLIDÃO.
Obviamente existem outros assuntos que também preocupam muito uma pessoa que irá adquirir um novo cãozinho, como xixi e cocô e destruição. Também é de pequeno que se colocam regras, pois dessa forma é muito mais provável que não se precise lançar mão de punições como borrifadores e estalinhos. Mas no próximo post eu falo sobre esses outros assuntos.

Abraços
Bicho!



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Socoooorrrrooooo!!!! Meu cachorro é um problema!

         Seus problemas acabaram! Aqui estamos nós para salvá-lo de seu cão e devolver-lhe a vida sossegada que você tinha antes dele. Devolver-lhe a possibilidade de sair pra balada sem ter que se preocupar se ele vai chorar!

        Bom, se você realmente espera esse tipo de resultado ou acredita que qualquer profissional possa realizar esse desejo e, o mais importante, se você TEM esse desejo afirmamos: você realmente não deve ter um cão (ou no máximo um de pelúcia, considere isso). Volte lá nos primeiros posts e reveja seus conceitos, necessidades e objetivos em relação a ele, pois ninguém mais pode resolver seus problemas senão você mesmo. E tem mais um detalhe, não é o cão que é um problema, mas a relação entre vocês, portanto a solução deverá partir do conjunto e não de um terceiro estranho que chega na sua casa vendendo soluções milagrosas.

        Nós da Bicho garantimos resultado APENAS para o guardião que se envolve integralmente na solução de seus probleminhas com o cão, para aquele que se interessa e realmente aprende a ser educador dele e que se proponha a se educar.

        Depois dessa introdução eu confesso que seria muito complicado eu dizer aqui o que fazer, pois isso depende de muitas variáveis. Mesmo para um problema igual em dois lares diferentes é possível chegarmos a dois métodos distintos de treinamento. Algumas variáveis:
        - temperamento do cão: não é possível tratar um medroso submisso da mesma forma que tratamos um dominante corajoso para exemplificar com os dois extremos.
        - temperamento do guardião: presenciei vários casos em que o guardião era incapaz de realizar o treinamento que eu propunha simplesmente porque aquela atitude feria mais a ele mesmo que ao cão. Por isso a relação entre o instrutor de comportamento e o guardião deve ser de sinceridade e compreensão e nunca de imposições e cobrança. Não fez o treinamento, simplesmente conte, pois sabemos que a vida é corrida... "Confessar" as falhas nos ajuda a procurar soluções pra elas. E não é querendo contar vantagem, mas observando alguns detalhes na pessoa que nos chama é possível saber se teremos aí um aliado ou não.
        Também não quer dizer que se a pessoa não consegue de cara treinar de forma correta que ela não conseguirá nunca. Com empenho e vontade somos capazes de tudo!
        - espaço físico do ambiente em que vive o cão.
        - tempo que o guardião tem para o cão.
        - quantas pessoas vivem com o cão.
        Pra citar as principais apenas.

        Como não é possível dizer aqui o que fazer, pensei em escrever o que EVITAR.

        1) Conferir ao cão sentimentos humanos: raiva, ódio, vingança, ciúme, etc. Cães vivem segundo padrões caninos e nossos sentimentos dizem respeito a padrões humanos. Não vou afirmar categoricamente que os cães não sentem isso, mas também não posso afirmar que sentem. Então é melhor entender o cão que ficar criando suposições. Ler livros como o da Victoria Stilwell, "Ou eu ou o Cachorro" ajuda a entender o mundo canino. Retirando esse padrão de pensamento da relação já ajuda a resolver alguns problemas sem chamar um profissional, pois é muito diferente, frente a uma situação de stress, pensarmos que o cão destruiu nosso celular por vingança e pensarmos que não deixamos um brinquedo adequado para ele morder, já que está trocando os dentes e PRECISA disso (em um momento oportuno explicarei o "brinquedo adequado").

                                     

        2) Tratar um cão como humano: dar banho com shampoos com odor, passar perfumes (o olfato dos cães é muito sensível, cuidado com isso. É contra o bem-estar dele), pintar as unhas, remover cirurgicamente cordas vocais, glândulas ad-anais (responsável pelo cheirinho de cachorro), comprar camas fofas e macias, colocar sapatos e evitar que se sujem. CÃES NÃO SÃO PESSOAS! Suplico que reveja os comportamentos que você impõe ao seu cão e volto a falar daquela bolsa-cão que postei anteriormente: os cães não vão mais pisar no chão da rua e farejar??? Isso é matar um cão em vida, sem dramatização, pois é a pura verdade. Mesmo nós humanos, já nos distanciamos por demais da vida que deveríamos levar e muitas vezes essa é a razão de tanta depressão, tristeza e sentimento de solidão em meio à multidão. Como seria demais pedir para as pessoas reverem seus hábitos, ao menos peço, suplico, rogo que não imponham o mesmo hábito aos cães (ou qualquer outro animal de estimação). Cães PRECISAM E DEVEM desenvolver suas necessidades naturais das quais podemos citar algumas: farejar, caçar, cavar, rolar na grama, pisar na terra, comer "matinho", "cumprimentar" os amigos (aquela cheiradinha no bumbum), correr, brincar. Se ele é impedido de fazer tais coisas, pense que você está matando o cão que tem e verifique se ele não possui problemas de pele, ansiedade, ou é estressado. Tratamento nenhum irá curar o seu cão, pois a doença dele é devido à privação e somente adequando seu modo de vida, isto é, permitindo que ele seja um cão, é que o organismo dele resolverá esses problemas ou boa parte deles.

        3) Tratar o cão como bebê: achar que ele precisa que você dê comidinha na boca. Que ele não pode roer um osso senão vai se engasgar, que não consegue fazer as coisas sozinho, ou seja, inutilizar o cão. Cães não são bebês e sim eternas crianças (de 7 anos mais ou menos). O que crianças precisam: supervisão, limites claros, saber obedecer e respeitar. Claro que você não vai descuidar se já sabe que seu cão engole tudo que vê pela frente, mas aí estamos falando de um caso específico de problema de saúde.

        4) Tratar o cão como peça de mobília: vamos falar do oposto. Cães precisam de atenção e de vida em grupo, então não é possível ter um cão saudável se ele passa 99% da vida dele sozinho no quintal amarrado a uma corrente. Eles não sobrevivem saudavelmente apenas se comerem e beberem e tiverem um lugar seco e protegido pra dormir. Nem plantas sobrevivem assim. A atenção, companheirismo, confiança, são necessários, pois cães são animais gregários (que vivem em grupo) e com hierarquia definida. Devemos proporcionar isso a eles. Quanto mais se isola um cão, mais ficará distante a possibilidade de trazê-lo para perto tamanha a ansiedade que esses animais desenvolvem. É o tipo do animal que quando é solto parece o diabo da Tasmânia...

        5) Tratar o cão como escravo: achar que o cão é menos que você e submetê-lo à força, além de perigoso, só afeta sua relação com ele e dele com sua família. É possível ter um cão obediente sem usar um pingo de força bruta ou violência. Numa matilha os cães evitam se machucar, pois isso prejudicaria o grupo inteiro: o cheiro de sangue seria notado por predadores, a falta de um componente num embate de defesa é sentida, o deslocamento seria vagaroso. Portanto a violência não faz parte do repertório deles, mas pode ser aprendido com facilidade, então se seu cão lhe agride, pense primeiro o que você vem ensinando a ele.

        Um cão que vivem num ambiente de companheirismo, respeito e amor, terá muito mais chance de ser saudável fisica e psicologicamente.

                                        

         Ui! Escrevi demais!!!
        Vamos caminhando! Penso em postar algumas coisas sobre problemas mais comuns! Participem, pois havendo dúvidas fica bem tranquilo escrever!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Compra, adoção e temperamento

        Depois de falar do Jorge, esse cão SIMPÁTICO do post anterior e depois do post sobre as raças, padrões etc, acredito que seja interessante abordar a questão específica da aquisição do animal.
        Talvez esse post gere certo incômodo, pois as opiniões se dividem quando falamos de TESTE DE TEMPERAMENTO ou TESTE DE VOLHARD (existem outros testes, mas usamos esse).
        Primeiro uma breve descrição dessa ferramenta de trabalho: Existem trabalhos que mostram não haver teste de temperamento sem falhas e os mesmos trabalhos salientam o fato de que o objetivo do teste deve estar muito bem estabelecido e que dessa forma é possível minimizar os erros. É tudo uma questão de estímulo - resposta seguidos de uma boa interpretação.


        O Teste de Volhard (Volhard's Puppy Aptitude Testing - http://www.volhard.com/pages/pat.php) é o resultado da avaliação, adaptação e junção de dois testes desenvolvidos anteriormente: Campbel e Pfaffemberger. Consiste em avaliar questões sociais, de sensibilidade, dominância e atividade de filhotes com até 60 dias (data ideal: 49º dia). O resultado desse teste não é o que o cão será exatamente, mas sim um delineamento sobre quais possíveis respostas do determinado filhote a um estímulo. Estas respostas, depois de analisadas, darão origem a um plano de "tratamento" e direcionamento para o animal, ou seja, para um filhote que se demonstrou muito sensível, medroso, desconfiado, indicamos a sociabilização como prática obrigatória e também conseguimos dizer em qual tipo de ambiente o cão se dará melhor. Esse cão mais medroso, não poderia pertencer a uma família enorme, barulhenta, espalhafatosa e que está sempre de mudança, certamente o cão sofreria. Por isso, descrevemos os resultados com termos como: tendência a, pode desenvolver, etc.
        Há quase um ano realizamos o teste de temperamento em todos os filhotes do Canil Yucatán BR de Akitas Inu (http://akitainubrasil.com.br/blog/teste-de-volhard-nos-bebes-do-ybr-akitas.om7). Observamos que mesmo as respostas mais generalistas podem ser modificadas de acordo com a raça. Por exemplo: os filhotes de akita, por mais submissos, nunca viram a barriga pra cima, eles ficam congelados e grudados no chão ou relaxados, mas deitados e imóveis. Estou escrevendo tudo isso pra mostrar que é muito importante observar e conhecer a raça com que se trabalha o que se queira ter consigo.
        O Teste de Temperamento tem duas vantagens principais: mostrar para o criador se os casais estão sendo formados corretamente e quais animais devem ser tirados da reprodução ou inseridos, ou remanejados e a vantagem motivo deste post que é "auxiliar o ser humano a escolher o filhote que mais se parece com seu estilo de vida" (depois de ter realizado a análise anterior já descrita).
        Então temos que: a pessoa vai primeiro conhecer a espécie que quer como estimação, companhia. Canina, ok. Depois fazer perguntas para si que esclareçam se essa espécie é compatível com seu estilo de vida. Depois procurar uma raça mais adequada ainda, consultando uma enciclopédia de raças. Depois procurar um profissional gabaritado para que auxilie na escolha do filhote mais adequado. EU GARANTO que depois de todo esse preparo, a chance de haver algum problema sério entre a pessoa e o cão é muito minimizada e se ele existir, a solução dependerá apenas de pequenos ajustes.
        Para nós da Bicho Sem Preguiça, aí reside a solução para uma grande parte do sofrimento animal: COMEÇAR CERTO!
        Ok, você já começou e, lendo aqui, notou que fez tudo ao contrário: estava passeando no shopping para comprar umas roupas quando viu uma gaiola com filhotes na loja de animais... um deles não tirava os olhos de você e é claro que, hipnotizada, entrou e comprou o filhote que logo pulou em você lambeu seu rosto todo, mordiscou sua orelha! Ai ai ai... grande chance disso gerar problemas...
        Então o que você vai fazer com esse filhote??? Doá-lo? Devolvê-lo? Abandoná-lo? NÃO!!! Assuma sua responsabilidade sobre a vida que você se propôs a zelar e contrate um profissional que lhe dê o suporte necessário na solução de problemas: SIM, na maioria dos casos, se houver envolvimento do guardião, há esperança!
        Agora é melhor ir terminando... Vamos para o próximo post, onde falarei sobre problemas. Não me esqueci, também devo falar dos gatinhos! Mas uma coisa de cada vez, né?

        Até mais! Bicho Sem Preguiça!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Depoimento do primeiro aluno da Bicho

        Aparecida e Jorge. Quando chegamos pra verificar qual era o problema entre esses dois, demos de cara com a história abaixo que graças ao empenho de Aparecida teve um desfecho muito satisfatório. Ela aprendeu como deve tratar um cão para que ele seja mais feliz e se sinta mais seguro! Leiam o depoimento:

O vira-latas Jorge


        Obrigada Jorge! E cuide bem de sua guardiã!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Bicho Sem Preguiça

         Oie!
         Postagem dupla essa semana para apresentar a todos nossa empresa: BICHO SEM PREGUIÇA.
         Surge para realmente colocar a bicharada pra malhar! Nosso lema é ocupação do tempo, Não ao ócio! Claro que tudo seguindo a forma mais natural que pudermos, respeitando as tais necessidades naturais e promovendo saúde. Temos homeopatas parceiros e em breve orientações sobre os mais apetitosos pratos naturais para a bicharada!
         Quer promover qualidade de vida, saúde e bem estar para seu animalzinho? Quer melhorar a sua relação ou da sua família com ele? Pode chamar, que a gente vai!

         Abraços,
         Equipe da Bicho

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Começando com o mínimo de erros - Foco em Cães e Gatos

        Primeiro vou explicar "com o mínimo de erros" que coloquei no título, é um questionamento simples para refletir: um dos erros intrínsecos seria a própria domesticação? Ou a maneira com que tratamos os animais hoje em nossos cativeiros?
        Bom, não darei respostas, porque não as tenho.

        Voltando ao trabalho com a realidade:
        Como escolher um animal de estimação?
        Nos posts anteriores eu já dei algumas dicas e até repeti, para que a esse início seja dada a importância necessária, pois é aí que selaremos os sucessos ou insucessos que seguirão.
        Simplesmente por serem os cães e os gatos a maioria dentre os animais de estimação escolhidos, falarei especificamente deles, mas se alguém tiver dúvidas sobre outras espécies, perguntem que tentarei, dentro das minhas possibilidades, responder.

Cães


        É uma espécie naturalmente social, gregária. Portanto a atenção e a companhia são ingredientes que não poderão faltar na relação entre o humano e o cão. Essa característica deve ser levada MUITO a sério, pois é nela que residem muitos dos problemas que culminam na contratação de um profissional de comportamento.

        Se você não pára em casa, não pode levar seu cão onde você vai, não tem condições de mantê-lo numa creche, contratar uma dog sitter ou um passeador, pense duas vezes antes de adotar ou comprar um cão, pois os benefícios que ele poderá lhe trazer não podem se sobrepor ao sofrimento que uma vida de solidão trará a ele. Considere que esta espécie não combina com seu estilo de vida e pense em outro companheiro.

        Outro passo: cães são sua cara! Você tem como prover ao cão um período considerável de atividades diárias, mas qual a quantidade suficiente? Isso já dependerá da raça do cão.
        Existem raças de cães (ESQUEÇAM OS MODISMOS!) que têm certas características e outras que apresentam características opostas. Vamos fixar que todos os cães precisam de atenção, companhia, atividade física e mental, espaço... mas a quantidade de cada coisa que eles precisam varia com a raça. Logo, um Border Collie precisa de muito mais tudo isso que eu citei (e mais algumas coisas) que um Buldogue Inglês, por exemplo. Não que o último seja como uma peça do mobiliário e não necessite de coisa alguma além de uma cama, água e comida... essa idéia é completamente equivocada.
        Outra questão ligada à raça é o temperamento do cão. E aí residem os maiores equívocos que se podem cometer contra os cães e que geram todos os tipos de preconceitos. Dizer que o temperamento de uma raça tende à dominância não quer dizer que TODOS os cães da raça serão igualmente totalmente dominantes, pois temos que lembrar que além da característica da espécie e da raça, temos que nos atentar às características do indivíduo.
        É fácil observar que Rottweilers são dominantes, ótimos cães de guarda. Isso não quer dizer que não possamos encontrar Rotts submissos. Enxerguem isso como incontáveis tons de cinza. Para qualquer característica, pode haver muitas variações, do mais escuro ao mais claro quase branco.  
        Uma observação importante a ser feita é: esse temperamento comum à raça é marcante em animais bem criados, pois como no Brasil não temos uma regulamentação específica para criação de animais, isso se dá de qualquer forma em qualquer lugar. O resultado são cães fora do padrão tanto de estética quanto de temperamento. Fique atento à qualidade e idoneidade do criador.
        Até aqui falei sobre coisas possíveis (até certo ponto) de serem mensuradas. E quando vamos adotar um cão? Não sabemos o pedigree, nem onde nasceu, nem como sobreviveu. Realmente a adoção de cães, em termos de controle e análise de padrões é em parte arbitrária.
        Adoção merece uma série de posts específicos senão ficarei escrevendo até amanhã e ninguém terá paciência pra ler meu blábláblá. 
        Ah tá! Quase esqueço de dizer ONDE buscar essas informações. Obviamente que a primeira fonte que a pessoa que irá adquirir um cão procura normalmente é o próprio criador. MAS essa pode ser uma escolha perigosa, pois, sem entrar no mérito se o criador conhece ou não o cão que escolheu para procriar, podemos supor inicialmente que ele quer vender o cão e conheço quem o faça a qualquer custo, inventando as mais mirabolantes histórias. Da mesma forma conheço aqueles que são honestos, conhecem e AMAM realmente aqueles animais que estão sob seus cuidados, e por amá-los, respeitam-nos. Só quero alertar para o fato dessa fonte ser muito imprecisa. Então, não pode ser a única. A melhor coisa é buscar uma enciclopédia de raças e livros específicos (desde que não sejam só de criadores). 
        No Brasil, ainda não é costume o veterinário conhecer comportamento e características dos cães e dos gatos. Isso não faz parte da grade curricular. Mas é um pedido legítimo, pra não dizer um clamor! Peçam, busquem o serviço, obriguem os veterinários a conhecerem os animais com os quais trabalham, pois são eles os agentes de saúde e bem-estar dos mesmos. Digo OBRIGUEM mesmo! E não titubeio em escrever isso, como veterinária consciente dessa falha na nossa educação e como alguém que acredita no nosso poder de formação de opinião.

        Não vou escrever mais. Deixa pra próxima!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Primeiros passos para se tornar um guardião de vidas

     Ok, os animais já estão sob nossos cuidados, em nossas casas, zoológicos, reservas. Portanto o que fazer?
     Claro! Dar-lhes roupas de marca, perfumes cheirosos, almofadas fofas e gastarmos muito em medicamentos e exames, afinal de contas a vida em casa é muito mais confortável que no relento da rua ou da floresta.
     Bom, se você leitor, realmente tem esse sentimento, de dar tudo do melhor para esse animalzinho que está aí, não o recrimino, mas peço permissão para tentar expor alguns pontos que lhe façam refletir sobre: O QUE É O BOM E O MELHOR.
     Já vimos que cada coisa inanimada ou ser vivo da terra possui suas necessidades naturais: espécie específicas ou de raça, ou seja, características que todos os outros membros da mesma espécie (ou raça) têm em comum, e individuais, que englobam aquelas que dizem respeito somente àquele ser. Exemplos:
     - Peixes precisam viver na água (parece estúpido, mas às vezes é importante citar essas coisas). Algumas espécies precisam de água salgada, outras de água doce. Cavalos precisam pastar e estar em movimento (andando e pastando). Algumas raças de cães precisam de locais frescos e outras não, mas todas precisam de atividades ocupando seu tempo. Alguns indivíduos são mais sensíveis e outros mais corajosos, diferindo assim no tipo de tratamento (relacionamento humano-cão) que devem receber.
     Mesmo sendo apenas noções gerais sobre seres distintos, nota-se que para conseguirmos dar O BOM E O MELHOR para um animal, é necessário:
     1 - Conhecer a espécie;
     2 - Conhecer a raça (se pertinente);
     3 - Conhecer o indivíduo.
     O 1 e o 2 podemos obter em livros (como eu disse antes, diversos autores devem ser consultados), cursos, palestras, internet (cuidado!); de preferência essa pesquisa deve ser feita ANTES de se adotar um animal, principalmente para verificar se a espécie ou raça são adequados ao seu estilo de vida e a legislação que envolve a criação de certas espécies. Mas o 3 só podemos saber no dia a dia, portanto, se você não convive com seu animal, jamais obterá essa informação e certamente poderá negligenciar coisas importantes.
     Vou dar alguns exemplos:
     Aparece uma personagem de novela que cria uma cobra. Pronto! Virou moda e logo muitas pessoas buscarão esse tipo de animal para ter também (sem sequer saberem se podem). Não muito adiante percebem que o animal deve se alimentar, e que preconiza-se fazê-lo com iscas vivas... Então eu sugeriria que antes de fazer qualquer coisa, pergunte-se se você será CAPAZ DE OFERECER AO ANIMAL TUDO O QUE ELE PRECISA, pois é pouquíssimo provável que ele se adapte ao que você acha correto, aos seus padrões.
     Um casal de idosos quer tem um cãozinho. A senhorinha cuida da casa, do seu marido acamado e sofre de dores nas costas que a impedem de abaixar muitas vezes. Então eles vão a um shopping e lá, coincidentemente tem uma feirinha de adoção! Eles são ESCOLHIDOS pelo cãozinho sapeca que logo vem morder seus cadarços, amor à primeira vista! A moça da adoção pula de alegria, preenche uns papéis e entrega o cãozinho (sei que nem sempre é assim). Em casa eles percebem que o cãozinho faz xixi por todos os lados, rói os móveis, sapatos, fios, o pé da cristaleira da família... Mais tarde eles descobrem que o filhote foi uma cruza de Border Collie com Schnauzer (:-o). Vai adiantar chamar um adestrador? A não ser que ele more com os velhinhos, certamente não será de grande valia...
     Outro exemplo. Inclusive eu vi esse equipamento na Pet South America 2010. Esse e outros da mesma linha...


     Existem milhares de exemplos, mas não é necessário estender mais o assunto. Se existirem dúvidas, escrevam!
Até logo!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Necessidades Naturais de Seres Vivos

    
    Para não generalizar muito, resolvi falar especificamente de necessidades naturais de seres vivos. Justamente por não ser um tema amplo. Eu poderia dizer: necessidades naturais de elementos do meio em que vivemos, ou do universo, não é?
    Vamos pensar: quais são as necessidades naturais de uma faca? Claro, para ela manter todas as suas funções para as quais foi "fabricada". É só ler o modo de uso da embalagem (escrito pelo fabricante) e seguir dicas de pessoas que entendem do assunto, ou seja, aquelas que costumam "usar" frequentemente o objeto, adquirindo experiência sobre suas peculiaridades. Pensou? 
    Agora vamos falar de um ser vivo e não de um objeto: quais as necessidades naturais de uma cobra? Claro, para ela manter todas as suas funções para as quais foi "fabricada" (?) ou "criada" (?), ou seja, se manter saudável desempenhando suas funções fisiológicas normais (pra ela) e para que sua vida seja útil sobre a Terra. É só ler o modo de uso??? OOOOPA!!! Antes fosse tão simples... A cobrinha nasce e logo depois da saída dela do ovo, ploft! sai um manual de instruções! Seria o máximo! Mas na primeira linha desse manual estaria escrito: fabricado para uso em vida livre, não funciona bem em cativeiro. Decepcionante para quem cria esses maravilhosos seres, não? Tá, mas não sai manual e o mesmo não existe (a não ser que o Criador escrevesse), então no caso dos seres vivos temos uma opção apenas: conversar com quem entende daquele ser vivo, e falo exatamente de cada espécie, que "use" a tal espécie ou (mais aplicável) que observe e conviva mais com esses seres (livros também entram nessa parte e não na do Manual).
    Podem substituir para qualquer coisa no universo (passível de manipulação) que essa regrinha será a mesma.

    Algumas reflexões sobre o texto acima (deixe as suas nos comentários):

    1) Animais humanos e não humanos não nasceram para viver em cativeiro e essa condição provoca alterações com gravidade variável por uma série de fatores que merecem um post ou mais para discussão.
    2) A pessoa que observa e convive com cada espécie, um estudioso, está passível de erros, portanto o bom senso é sempre uma arma interessante. O estudioso nos dá diretrizes ao vivo ou por livros. Lembrar sempre que para qualquer assunto existem diferentes pontos de vista e a melhor coisa a fazer é tomar conhecimento de todos e avaliar o que mais faz sentido.
    3) A responsabilidade pela manutenção da qualidade de "vida" de qualquer coisa ou ser é de quem o mantém. Como possuímos objetos, nos denominamos donos do objeto, mas é impossível possuir vidas, portanto o termo "proprietário" não será usado quando relacionarmos um humano a um animal que o mesmo mantenha consigo. Guardamos as vidas, dessa forma o animal humano não é mais que um "guardião" e essa será a palavra usada aqui.
    4) O Bem Estar Animal é algo que temos que cuidar e medir apenas no cativeiro, em vida livre esse termo perde o sentido. (Quando um nicho é degradado podemos inferir que criamos um cativeiro para os animais que ali vivem, assim como para as plantas, pois restringimos sua área ao nosso prazer)

    O objetivo deste post foi introduzir o assunto e mostrar o teor dos temas que abordaremos e dar-lhes BOAS VINDAS.