segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Enriquecimento ambiental - alimentação

                                   Fonte: http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns/pqt_container_r01.asp?srcpg=noticia_completa&ref=3931&qt1=0


        Para aqueles que acham ainda que é muito complicado introduzir enriquecimento ambiental para um animal de estimação. Estamos aqui para mostrar que mais se trata de imaginação, quebra de paradigmas e uma pitada de mudança no hábito (que acaba seguindo a quebra de paradigma).
        Não vamos aqui discutir a qualidade nem o tipo de alimentação e sim a forma com que ela é oferecida ao animal.

        O primeiro passo para a quebra de um paradigma é fazer a si mesmo uma série de perguntas que tirem o cérebro da posição confortável: "Isso é assim, porque sempre foi assim."

        Primeira pergunta:
        Por que damos comida para os animais em pratos e/ou potes?
        Segunda pergunta:
        De onde saiu a idéia que o alimento deve ficar disponível o dia todo para o animal?
        Terceira pergunta:
        Por que raios a comida não pode se mexer?
        Quarta pergunta:
        Por que exatamente descascamos e picamos todo o alimento que será oferecido?

        Alguns raciocínios para auxiliar no exame mental para as perguntas acima:
        1) Nós temos a mania incrível de achar que tudo que nos cerca tem as mesmas necessidades que nós.   Não costumamos parar para pensar: o que esse ser vivo, que está sob minha responsabilidade, precisa?
        2) Mesmo considerando a afirmação acima, colocamos a comida para o animal e deixamos lá, o dia todo, no tempo, para as formigas, é um paradoxo. Além de ser contra normas de higiene, o hábito de expor os alimentos pelo dia todo, os faz perder suas propriedades nutritivas e características de sabor.
        3) Somos capazes de ir até a gôndola do supermercado e pegar uma bandeja com pedaços de carne, mas não temos coragem de por nós mesmos caçar e abater respeitosamente nosso alimento, portanto nem preciso dizer que nos falta coragem para oferecer aos animais o que é de mais natural para eles: presa viva.    De qualquer forma podemos encontrar outras alternativas.
        4) O animal não tem dentes ou bico especializado para se virar com os alimentos?
        5) Nós não mastigamos direito, os cães não mastigam a ração direito, mas certamente se o alimento estiver inteiro, ele terá que cortar com os dentes e mastigar.

        Algumas idéias muito simples:
        Tudo que for falado aqui necessita de um período de adaptação que será diferente para cada animal. O que vale é a observação: veja se o bicho está aprendendo, se for rápido exija cada vez mais dele, se for lento, facilite para que ele entenda. A idéia aqui é sempre facilitar para o animal entender o processo e não elaborar um teste super difícil pra ele descobrir sozinho, ok?

        1) Jogue fora o pote de comida. Caso seu animal coma Alimentação Natural Cozida, nunca espalhe pelo chão e use outros métodos para enriquecer o ambiente, se for crua, pode espalhar os vegetais, use sempre o bom senso. Se ele come ração seca, passe a espalhar a mesma pelo chão (previamente limpo) e escondida atrás dos móveis (isso tudo dependerá de onde seu animal vive). Para quem tem gramados, pode jogar bem espalhado. Faça isso em local aberto apenas em dias que não tenha previsão de chuva e espalhe APENAS a quantidade que seu animal come para não haver sobras, mesmo dentro de casa.

        2) Use objetos. Aqui deve-se ter cuidado especial com os cães que engolem coisas. Caso seu cão seja assim, não use objetos que soltem lascas pontiagudas ou pedaços grandes.
        Coloque o alimento em garrafas pet com buracos de mais ou menos 1 cm de diâmetro. Faça os buracos com uma tesoura. Peço desculpas por AINDA não termos uma foto pra postar, mas estamos providenciando. Eu costumo fazer uns 10 furos em uma garrafa de 2 L. Para cães menores, garrafinhas de água são bem legais.
        Ensine o animal a usar a garrafa, ele deve estar com apetite e para facilitar é legal colocar uns petiscos mais chamativos dentro da garrafa. Em breve também um vídeo do processo.
Esse exercício da garrafa pode ser modificado. Podemos usar canos de PVC (lembre-se da regra de segurança), canos flexiveis (aqueles sanfonadinhos). O importante é: toda vez que você perceber que o animal está diminuindo o tempo de ingestão, ou seja, ele está ficando pró no exercício, dificulte a ação.  Diminua o tamanho dos furos, então diminua o número de furos, etc.
         Caixas de papelão também são grandes aliadas. É possível colocar uma dentro da outra e fazer furos, lacrar a tampa, tudo para variar a dificuldade como já explicado.  As caixas são legais para os animais que engolem coisas, pois o papelão não causa obstruções.

         3) Congele os alimentos. Isso eu nunca usei com animais domésticos, mas com os de zoológico isso é comum. Faz-se um sorvetão com a carne e o sangue e ao mesmo tempo que o animal se hidrata ele gasta energia e tempo para derreter o sorvetão e pegar a carne que está lá dentro.

        Para estes 3 métodos não existem impedimentos financeiros. Obviamente que há um gasto de tempo, mas depois que a gente começa, costuma ficar muito empolgado vendo a empolgação do animal para comer!  Eles ficam mais ativos e felizes, também muito mais cansados!
        Lembre-se sempre que o objetivo aqui é fazer o animal se interessar mais pela comida e gastar tempo, procurando e desenvolvendo estratégias para conseguí-la. Assim como nós, mesmo consumidores de congelados, fazemos diariamente.

        É isso aí! Mais idéias di grátis? É só comentar!
        E leia mais aqui.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Enriquecimento ambiental e comportamental

                                           Fonte: http://100mililitros.blogspot.com/2009/04/enriquecimento-ambiental-empobrecimento.html


       Você é criativo? Você tem espírito de MacGyver? Então vai se deliciar com que eu tenho pra escrever hoje!!!
        Caso você não seja, não se preocupe, pois existem receitas básicas que podem ser utilizadas sem prejudicar os resultados.

        Feche os olhos e imagine um cão, mas um cão de rua (sim, é bem mais fácil que imaginar a rotina de um lobo).
        Ele dorme e acorda o dia todo. Ele tem que correr de carros e pessoas maldosas que queiram machucá-lo ou ferí-lo. Ele deve buscar abrigo do frio, do sol e da chuva. Ele escolhe se quer deitar na grama, na lama, no asfalto quentinho ou na sombra refrescante. Ele anda muito! Muito mesmo, fareja e se relaciona naturalmente com outros cães (imaginem ou lembrem de terem visto 2 cães se encontrarem na rua, soltos). Se quiser comer, ele deve pedir, roubar ou procurar, rasgar sacos de lixo, provar um pouquinho aqui e outro ali, desenvolver estratégias para ganhar comida, como fazer "aquela carinha". Correm atrás de bicicletas, motos.   Em época de cio, juntam aqueles montes ao redor da cadela. Por final, buscam água... UFA!!!

        Agora, voltem-se para a vida de um cão de apartamento que passeia uma vez ao dia na guia. Ele dorme muito, quase o dia todo, sai pra passear como um desesperado, passeio curto porque o guardião não aguenta tantos puxões. Ele come a ração, a mesma todos os dias, no pote, ela não se mexe e ele enche a barriga em, no máximo, 10 segundos (salvo excessões que serão tratadas em postagem específica). Ele tem uns brinquedos que ficam jogados por aí, sempre os mesmos. Ele só tem contato com humanos e raramente vê cães durante o passeio, pois se isso acontecesse o guardião não aguentaria segurar, então ele evita, prefere horários calmos e vai sempre pelos mesmos caminhos...

        Ok, acho que deu pra ver a diferença.
        E onde entra o enriquecimento ambiental e comportamental?
        O primeiro serve justamente para, de forma possível, oferecermos atividades que ocupem o tempo do cão como se ele estivesse na rua realizando todas as ações descritas. Dessa forma ele gasta energia, ocupa o tempo, aprende novas estratégias e até pensa pra isso!!! Mas para o cão de rua, a rua não é sempre a mesma, ela muda constantemente, pois então esse é o segredo do enriquecimento ambiental: MUDANÇAS CONSTANTES.
        Não adianta você chegar hoje e decidir fazer o enriquecimento ambiental para seu animal de estimação e achar que já fez tudo o que podia... logo, tudo o que você preparou não será mais novidade... e caímos novamente no ócio...

        O enriquecimento comportamental serve para melhorar o convívio do guardião e do cão, serve para instalar uma via de comunicação entre os dois, facilitando, diminuindo stress e aumentando o prazer da relação. Depois que a via de comunicação se instala, ela tende a se expandir! É muito gratificante!!!

        Aqui temos mais informações: http://www.zoologico.sp.gov.br/peca2.htm

        Então qual tipo de enriquecimento ambiental devo usar? Vai depender do cão, mas as que não falham normalmente são as alimentares. Não vou aprofundar nas definições, pois existem grupos especializados que fazem isso muito bem. A idéia é dar idéias... o que fazer? Como proceder? Um passo-a-passo, sabe?

        Vão fritando os miolos por aí. Usem termos de busca como "environmental enrichment dog" e "mind games" no YouTube, "enriquecimento ambiental" no Google.

        Você tem essa vontade? Vontade de transformar seu cão num cão? Livre, vibrante, alegre?
Pois então participe, comente, pergunte!
        Veterinários: comecem a pensar nesses dois termos como parte de tratamentos, principalmente para ansiedade e problemas de pele que não param de recidivar...

        Abraços!